O Brasil alcançou permissão para exportar 100 novos produtos do agronegócio para 49 países desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse marco foi atingido nesta terça-feira, 19, com a autorização para as empresas brasileiras venderem carne para o Egito. Nos primeiros 15 meses da gestão Bolsonaro, o Brasil obteve permissão para exportar 50 novos produtos em 24 países.
Essa abertura de mercados para o agronegócio no exterior coincide com os esforços do governo para melhorar a relação entre o presidente Lula e o setor agrícola. Vários incidentes envolvendo o presidente e ruralistas prejudicaram essa comunicação.
No ano passado, o presidente Lula referiu-se a representantes do agronegócio como “alguns fascistas de São Paulo” depois que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi desconvidado para participar da Agrishow, uma das maiores feiras do setor, realizada em São Paulo.
Carlos Fávaro, um ruralista e senador licenciado, é um dos membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Em uma reunião ministerial na segunda-feira, 18, Lula mencionou o ministro em relação à abertura de novos mercados. Naquele dia, o número ainda era de 98 novas autorizações.
“Ele (Fávaro) certamente receberá um prêmio de alguma instituição internacional por ser o melhor vendedor que o Brasil teve recentemente. Vendedor de boas políticas, vendedor de produtos brasileiros e não vendedor de empresas estatais”, disse o presidente na abertura da reunião.
Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro. Foto: Divulgação
A abertura de mercado implica que o Brasil passou a ter permissão para exportar um produto para outro país, seguindo certos requisitos sanitários e técnicos que variam de acordo com a mercadoria e o destino da venda.
A mais recente abertura permite que empresas brasileiras vendam carnes e subprodutos de animais ovinos, como coração, fígado, rins, pulmões, rabo, pés, miolo e língua, para o Egito. Também este ano, o Brasil conseguiu autorização para exportar pescados de cultivo para a África do Sul, gelatina e colágeno derivado de suínos para a Grã-Bretanha, ovos para a Rússia, entre outros mercados.
Membros do Ministério da Agricultura e do Itamaraty atribuem parte dessa abertura de novos mercados às viagens internacionais de Lula. Em comparação com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), houve um aumento na abertura de mercados do agronegócio.