O ponto central dos depoimentos dos militares envolvidos na trama golpista, principalmente o do general Freire Gomes, é que o próprio Bolsonaro apresentou a minuta.
Foi o ex-capitão também quem chamou reservadamente, no Alvorada, o general Estevam Theophilo, comandante do Coter, o comando das Operações Terrestres, onde teria mostrado o “firme propósito de implementar o que estava escrito”.
Theophilo disse que foi à reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília, a mando de Freire Gomes. Contudo, Freire Gomes não confirmou essa informação e disse que não partiu dele a ordem.
O general também afirmou em depoimento à PF que se opôs aos planos golpistas de Bolsonaro. Ele destacou sua oposição a qualquer ação que pudesse impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tanto em discussões reservadas com o ex-mandatário quanto no Ministério da Defesa.
Embora o conteúdo completo do depoimento permaneça em sigilo, espera-se que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgue seu inteiro teor em breve, de acordo com a expectativa dos investigadores.
Bolsonaro e Freire Gomes. Foto: reprodução
Vale destacar ainda que, entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), há a convicção de que Bolsonaro será indiciado pela PF, devido à abundância de evidências que o implicam diretamente na tentativa de golpe.
Os magistrados consideram que a prisão de Bolsonaro só deverá ocorrer após sua condenação definitiva, ou seja, após o esgotamento de todos os recursos legais. A cúpula da PF acredita que, em até quatro meses, concluirá as investigações que envolvem o ex-capitão.