Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o vice-prefeito e secretário de Saúde de Itajubá, no sul de Minas, Nilo Baracho (MDB) foi preso em duas operações contra a corrupção desencadeadas nesta terça-feira (20).
Baracho foi preso por recebimento de propinas na operação Transfusão, do Ministério Público de MInas Gerais (MP-MG), e Sepulcro Caiado, da Polícia Civil, que apreenderam dinheiro, joias, celulares, veículos e documentos.
Segundo apuração, que já redundou no oferecimento de uma primeira denúncia, por 71 vezes houve esse desvio, no montante total de R$ 1,4 milhão", disse o coordenador regional do Gaeco, Eduardo de Paula Machado.
Em alguns casos, segundo a Polícia Civil, os serviços contratados não foram feitos. Em outros, houve superfaturamento de até dez vezes em relação ao valor de tabela da despesa.
A oficina envolvida no esquema teria recebido mais de R$ 900 mil do município.
“Esses valores, quando recebidos, eram distribuídos entre os sócios da oficina e entre dois servidores municipais, responsáveis por levar os veículos da prefeitura à oficina. Além deles, recebiam transferências da oficina dois familiares desses servidores. O dinheiro, em alguns casos, era sacado. Percebeu-se grande quantidade de saques em espécie”, explicou o delegado Kalil Ribeiro, da Polícia Civil.
Zema e Bolsonaro
Nas redes, Baracho se mostra apoiador contumaz de Zema e Bolsonaro. Ele chegou a receber o ex-presidente em Itajubá, visitou-o no Planalto e promoveu um adesivaço no segundo turno das eleições, ao lado do prefeito Christian Gonçalves, do União Brasil.
"Em Belo Horizonte, juntamente com prefeitos de todo o Estado e com o Governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, eu e o Prefeito Christian reafirmamos todo o nosso apoio ao Presidente Jair Bolsonaro para o segundo turno das eleições", escreveu Baracho em 14 de outubro de 2022 no Facebook.
O vice-prefeito pediu abertamente voto para Bolsonaro, pedindo aos seguidores que "converse com familiares e amigos sobre a importância de não retrocedermos ao passado inseguro e corrupto do PT".