O pastor bolsonarista Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus, voltou atrás em seu discurso e disse que nenhuma de suas instituições de fins religiosos arcarão com as despesas da manifestação pró-Bolsonaro em 25 de fevereiro. Na última quinta-feira (15), ele deu uma entrevista ao lado de Fábio Wajngarten anunciando que a Associação Vitória em Cristo bancaria o ato na Avenida Paulista.
“Até agora nada foi pago do evento do dia 25/02. Nem a Assembleia de Deus Vitória em Cristo ou a Associação Vitória em Cristo vão pagar coisa nenhuma”, escreveu o pastor, que idealizou o ato, em uma nota divulgada em suas redes sociais.
Por fim, Malafaia ainda informou que “mesmo a Associação Vitória em Cristo, que no seu estatuto prevê que ela pode bancar manifestações públicas”, não pagará “um centavo”. “A responsabilidade é minha e pessoal. Com o maior prazer farei isso em favor do Brasil”, explicou.
No entanto, o discurso é justamente o contrário do que ele falou menos de 24 horas antes. “Os recursos são exclusivos da Associação Vitória em Cristo, não tem recurso de político, não tem recurso de caixa dois ou sei lá de onde quer que seja. Estamos amparados legalmente para fazer esse tipo de manifestação”, afirmou o pastor em entrevista coletiva na sede do PL em Brasília.
Wajngarten ainda afirmou que o evento contará apenas com um trio elétrico na esquina da Avenida Paulista, o “Trio Demolidor”, veículo alugado pela associação do pastor.
Malafaia ainda afirmou que o objetivo da manifestação é reunir apoiadores de Bolsonaro para defender o Estado Democrático de Direito. “Manifestações pacíficas são livres na nossa nação e é isso que nós vamos fazer lá. Vamos fazer uma grande manifestação em favor da liberdade de todo o povo brasileiro. Vai muito mais além de Bolsonaro”, prosseguiu.
A decisão inicial de Malafaia arcar com os custos do ato foi alvo de críticas de outras lideranças evangélicas. O pastor pentecostal Eliel Batista não poupou críticas ao Bolsonarista.
“Na minha opinião, trata-se de uma união perfeita entre um falso messias e um falso profeta, que se alinham também na postura antidemocrática. Um ex-presidente, sobre o qual pesam diversas acusações de atos antidemocráticos, ter como apoiador de uma manifestação um pastor que, de acordo com a imprensa, é devedor de milhões em impostos não me surpreende, até porque tem um vídeo do ex-presidente circulando na internet em que ele afirma que sonega impostos sempre que pode”, disse Eliel. “O pior de tudo é fazer em nome de Deus”.
Ao convocar apoiadores e aliados na última segunda (12), Bolsonaro, que é alvo de uma série de inquéritos e recentemente recebeu uma visita da Polícia Federal, alegou que o evento seria uma forma de se “defender de todas as acusações”.