Nos dois dias subsequentes à operação da Polícia Federal que teve como alvo Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, na semana passada, canais integrantes da esfera digital bolsonarista no YouTube eliminaram ou tornaram privados mais de 1,5 mil vídeos.
O número supera significativamente o registrado em dias anteriores, quando menos de 200 conteúdos eram deletados diariamente por contas desse segmento. A ação de “limpeza” foi identificada por meio do monitoramento realizado pela empresa de análise de dados Novelo Data, que acompanha o comportamento de perfis ligados à extrema direita na plataforma online’.
A remoção foi uma iniciativa dos próprios canais e não foi desencadeada por intervenção da plataforma de compartilhamento de vídeos ou por decisões judiciais.
Jair Bolsonaro e Alexandre Moraes. Foto: Antonio Augusto/TSE
A estratégia adotada por influenciadores pró-Bolsonaro é uma prática comum em momentos de operações contra investigados por supostos ataques a instituições, e também foi observada após revezes judiciais envolvendo o ex-presidente e seus aliados nos últimos meses.
Em julho do ano passado, por exemplo, o perfil do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) ocultou mais de 200 vídeos, incluindo conteúdos que mencionavam o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), após uma decisão da Corte Eleitoral que resultou na inelegibilidade de Bolsonaro.
Durante essa última onda de remoções, os canais que se destacaram foram o ZangãoBlues, administrado pelo jornalista Toby Cotrim, com 183 mil inscritos, e o BolsoNews B.N, com 323 mil seguidores e cujo autor não foi identificado.
Outra conta relevante é a Conservador e Patriota, pertencente ao ex-candidato a deputado federal e pastor Alberto Jubanski (PTB-PR), que possui 163 mil inscritos.