Jair Bolsonaro, o rei do gado, tocou o berrante. Imediatamente, todos os deputados da extrema-direita, peões do fazendão, replicaram a mensagem do chefe, convocando a boiada a lotar a Avenida Paulista no dia 26 de fevereiro. O mesmo foi feito por alguns empresários da fé alheia, que apelaram aos fiéis para estarem presentes nesta "manifestação pacífica" com camisa verde e amarela da CBF – um manto que virou símbolo do fascismo tupiniquim e anda tão zicado que derrubou até a seleção brasileira de futebol no mais recente pré-olímpico.
"Deus, pátria, família e liberdade", conclama o líder fascista, que está sendo acossado pelo Poder Judiciário por ter tentado promover um golpe de estado no Brasil para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um golpe, por definição, é contrário à ideia de liberdade. Com sua política de ódio, Bolsonaro dividiu as famílias brasileiras. Com a continência à bandeira dos Estados Unidos e a subserviência a Israel, Bolsonaro pode ser chamado de tudo, menos de patriota. E Deus, caso realmente exista, terá que ser muito misericordioso para aceitar em suas fileiras uma figura tão diabólica.
Tudo no discurso de Bolsonaro é fake, mas ainda assim há quem se iluda com o líder messiânico. Prova disso foi o 8 de janeiro de 2023, quando milhares de reses compareceram à sede dos Três Poderes para participar da "festa da Selma" e depredar tudo, enquanto esperavam o retorno triunfal do líder que se escondia em Orlando, na Flórida. Muitos se deram mal, como o casal Alessandra Rondon e Joelton Oliveira, que podem pegar 17 anos de cadeia. Mas nem todos aprendem com a dor e ainda há quem esteja disposto a seguir o líder na direção do abatedouro.
Deixando de lado a pecuária, essa nobre atividade que hoje cumpre um papel relevante na economia brasileira, fato é que Jair Bolsonaro está desesperado. Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que há provas consistentes para prendê-lo por atentado à ordem democrática e associação criminosa. Em breve, ele será denunciado pelo procurador-geral Paulo Gonet e seu julgamento será pautado na suprema corte. Se os chamados "patriotários" estão sendo condenados a 17 anos de cadeia, é razoável imaginar que Bolsonaro pegará a pena máxima, estimada por juristas em 23 anos de cadeia. Caso isso ocorra, é bom lembrar, o Brasil estará mais próximo de Deus, da pátria, da família e da liberdade.