Governadores alinhados com Jair Bolsonaro (PL) evitaram falar sobre a recente operação da Polícia Federal (PF) que investigou o ex-presidente e seu círculo por tentativas de golpe no processo eleitoral de 2022.
Nas últimas semanas, Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Ratinho Júnior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Tarcísio de Freitas (São Paulo), estiveram em agendas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem trocaram afagos em eventos de entrega de obras e parcerias.
Ratinho Júnior foi o primeiro a se reunir com Lula em 30 de janeiro, participando de uma cerimônia no Planalto que marcou a transferência de rodovias paranaenses para entidades privadas, representando um investimento de R$ 30,4 bilhões. O acordo costurado pelo governador ajudou a aliviar as tensões no estado em relação às críticas sobre as tarifas de pedágio.
Três dias após o encontro com o governador paranaense, Lula participou com Tarcísio de uma solenidade em Santos, no litoral de São Paulo, anunciando uma obra conjunta com o governo federal. As partes investirão R$ 5,8 bilhões no Túnel Santos-Guarujá, com expectativa de entrega em 2028. Com informações do Globo.
Inicialmente, o Planalto assumiria integralmente o projeto, mas Tarcísio insistiu em compartilhar os custos, chegando a ameaçar deixar o Republicanos e filiar-se ao PL de Bolsonaro, indicando um distanciamento maior entre sua gestão e o governo Lula.
No Rio, Lula esteve com o governador Cláudio Castro em Magé, na Baixada Fluminense, entregando obras do “Minha Casa, Minha Vida” e anunciando a construção de seis novos institutos federais. No palanque, trocaram gestos amigáveis em um evento que teve vaias dos presentes ao governador.
O encontro mais recente, com Zema, ocorreu na quinta-feira, o mesmo dia em que Bolsonaro se tornou alvo de medidas cautelares e teve que entregar seu passaporte às autoridades brasileiras.
Desde que assumiu a Presidência, Lula não havia visitado Minas Gerais. Na ocasião, o governo anunciou um investimento de R$ 121,4 bilhões em obras no estado por meio do Novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Deste valor, R$ 36,7 bilhões serão aplicados em obras dentro do território mineiro, e o restante abrange outras unidades da federação.