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Na reunião golpista, Bolsonaro orientou aliados a usar a religião para atacar Lula

Essas falas foram reproduzidas nos telões da Sala Suprema do Palácio do Planalto, com o objetivo de reforçar a narrativa contrária ao candidato petista

Publicada em 11/02/24 às 13:58h - 12 visualizações

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Na reunião golpista, Bolsonaro orientou aliados a usar a religião para atacar Lula
 (Foto: Reprodução)

Na reunião ministerial de julho de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou parte do encontro para direcionar ataques de cunho religioso contra seu adversário político, o então candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na ocasião, o ex-chefe de Estado brasileiro buscou destacar uma suposta incompatibilidade entre os valores cristãos e as políticas de esquerda, como a legalização do aborto e das drogas.

Durante a reunião, Bolsonaro solicitou a exibição de um vídeo em que a deputada estadual Dra. Silvana, do PL, criticava Lula por suas declarações sobre questões como aborto e drogas.

“Cristão que é cristão não pode ser de esquerda”, diz o entrevistador, no vídeo exibido por Bolsonaro aos ministros.

“Não é cristão”, diz Doutora Silvana. “Quais são as bandeiras da esquerda? O aborto…”, diz a deputada estadual do PL. Em seguida, há um trecho de uma fala de Lula sobre o tema no dia 6 de abril de 2022. “Aqui no Brasil ela (mulher) não faz porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha. Eu não quero ter um filho, vou cuidar de não ter meu filho”, disse Lula.

Essas falas foram reproduzidas nos telões da Sala Suprema do Palácio do Planalto, com o objetivo de reforçar a narrativa contrária ao candidato petista.

Além disso, Bolsonaro listou outras supostas prioridades da esquerda em caso de vitória de Lula nas eleições, lançando também dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral e a imparcialidade dos institutos de pesquisa.

“Pessoal, a gente somando isso daí (inaudível), desarmar a população, acabar com os clubes de tiro, valorizar o MST (Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), voltar a ter relações com Cuba, emprestar dinheiro para ditaduras, botar os militares e os pastores nos seus devidos lugares… é uma série de coisas que… se eu falo uma dessas daí, eu não sou eleito nem vereador mais no Rio de Janeiro”, afirmou Bolsonaro

“E a gente vê, o Datafolha, mostrando né, isso. Para quê que o Datafolha mostra isso? Para quando abrir o resultado no Primeiro Turno, estar o Lula ganhando. ‘Tá vendo, o Datafolha está certo’”.

Tempus Veritatis

Essas declarações ocorreram em meio à divulgação do vídeo da reunião ministerial, parte das investigações da operação Tempus Veritatis da Polícia Federal.

A operação Tempus Veritatis, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu mandados de busca e apreensão contra aliados de Bolsonaro, além da prisão preventiva de ex-assessores do presidente e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.




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