A agenda foi apreendida durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no âmbito da Operação Tempus Veritatis, deflagrada na quinta-feira (8) pela PF com o objetivo de apurar uma trama para uma tentativa de golpe de Estado, que culminou no dia 8 de janeiro do ano passado. Além de Heleno, Bolsonaro e outros integrantes da sua gestão, incluindo assessores, ex-ministros e militares, também foram alvos da ação policial.
De acordo com a coluna da jornalista Bela Megale, de O Globo, fontes ligadas à investigação revelaram que a agenda do ex-ministro continha anotações com teor antidemocrático, alinhando-se com outros documentos golpistas previamente descobertos ao longo das diligências. Entre esses documentos, destaca-se a minuta de um decreto golpista encontrado no escritório de Jair Bolsonaro, na sede do PL, que também foi apreendido pela PF.
As anotações feitas à mão na agenda de Augusto Heleno indicam um
possível plano para restringir o poder de atuação do ministro Alexandre
de Moraes. O general basearia suas ações em um suposto entendimento
jurídico, fundamentado em um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU).
Além disso, as notas mencionam que ordens de um juiz considerado
suspeito seriam ilegais, com a possibilidade de prisão do delegado que
as cumprisse.