Segundo a coluna da jornalista Andréia Sadi, do G1, “uma das principais preocupações do entorno de Bolsonaro é que as investigações cheguem ao ex-presidente da República. A estratégia, agora, é empurrar a responsabilidade de uma eventual Abin Paralela para o general Augusto Heleno. Já Heleno - intimado a depor - deve descrever a relação com Ramagem e dizer que o antigo chefe da Abin despachava diretamente com Bolsonaro”.
De acordo com a reportagem, Ramagem disse que despachava diretamente com o ex-presidente e o general Heleno, que chefiava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro. "Com Heleno, na maioria das vezes, mas às vezes sem Heleno", destacou. O ex-chefe da Abin observou que, caso Heleno utilize essa abordagem em sua defesa, estará apenas relatando a realidade, uma vez que tinha contato direto com Bolsonaro, além de manter uma comunicação quase diária com Heleno. “Era meu superior hierárquico”, ressaltou. O depoimento de Heleno está marcado para a próxima terça-feira (6) na sede da PF, em Brasília (DF).
Ramagem também manifestou insatisfação por ser convocado apenas um mês após as buscas realizadas pela Polícia Federal em endereços ligados a ele e também no seu gabinete parlamentar, em Brasília. O ex-chefe da Abin negou ter recebido qualquer pedido do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), mesmo sendo próximo do filho do ex-mandatário.