O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos Brics, chefiado pela ex-presidente Dilma Rousseff, anunciou nesta quinta-feira (21) a transferência de US$ 1 bilhão para as contas do governo brasileiro. O montante foi destinado ao Tesouro da União e refere-se a um empréstimo firmado em outubro pelo governo federal.
Dilma destacou a importância do trabalho conjunto para atender às necessidades dos países membros do banco. “O banco atua para reduzir as desigualdades, promover o desenvolvimento sustentável e a cooperação baseada no espírito do verdadeiro multilateralismo”, afirmou.
Os recursos liberados fazem parte do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI), criado em 2020 para minimizar os impactos da crise da COVID-19 em pequenos e médios negócios. A contratação de novos créditos para o programa foi permitida até o final de dezembro de 2023.
O contrato foi celebrado em outubro durante uma reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Marrakech, no Marrocos, entre a ex-presidente do Brasil e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Brasil já havia recebido US$ 6 bilhões em empréstimos do Banco dos Brics nos últimos anos, destinados a projetos federais e locais.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, Dilma Rousseff, presidente da China, Xi Jinping, e da África do Sul, Jacob Zuma Foto: Nelson Almeida/AFP
O valor mais significativo, de US$ 1,2 bilhão, foi destinado ao financiamento de infraestrutura sustentável por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A verba anunciada agora será direcionada para o financiamento de micro, pequenas e médias empresas, também através do BNDES.
Em entrevista após a reunião, Fernando Haddad confirmou que o FMI solicitou uma revisão nas cotas de contribuição financeira aos países emergentes. Ele destacou a importância de preservar os princípios históricos da instituição, apesar das pressões conjunturais.
“A elevação do caixa não pode ferir princípios históricos da instituição. Quando você rompe com um princípio que está entre as razões de ser da própria instituição, este organismo vai perder legitimidade e apoio no médio e longo prazo”, afirmou Haddad.
Ambos os líderes, Haddad e Dilma Rousseff, estão no Marrocos para a reunião anual do FMI e do Banco Mundial, onde discutem não apenas os aportes financeiros aos países membros, mas também estratégias para enfrentar a crise da dívida em países mais pobres e o aumento das taxas de juros.