A investigação sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco será solucionada “em breve”, segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino. Ela foi assassinada por milicianos em março de 2018, junto do motorista Anderson Gomes, e a apuração já dura cinco anos.

“Eu, no dia 2 de janeiro, disse que nós iríamos elucidar definitivamente o caso Marielle Franco. E hoje, alguém pergunta: ‘Bom, decorrido um ano…’ As investigações avançaram”, afirmou Dino. Ele alegou que não pode “cravar o dia e a hora” da resolução das investigações e não divulgou detalhes sobre o avanço delas.

“É claro que eu não controlo o inquérito, não tenho a honra de ser policial. Mas o dr. Andrei Rodrigues [diretor-geral da Polícia Federal] está aqui. Eu quero reiterar e cravar: não tenham dúvida, o caso Marielle em breve será integralmente elucidado”, prosseguiu.

A declaração ocorreu em evento no Ministério da Justiça nesta quinta (21), usado para assinar medidas de segurança pública e fazer um balanço do trabalho da pasta em 2023. Para Dino, a conclusão do caso Marielle é simbólico para a defesa das mulheres na política.

“Esse é um caso fundamental pelo seu simbolismo de defesa das mulheres, de defesa das mulheres na política e, portanto, de defesa da política. Quem precisa de mulheres na política não são as mulheres, é a política, é o Brasil. Defender as mulheres é defender a democracia brasileira”, avalia.

Ele ainda aponta que o trabalho feito pela PF no caso também simboliza a “defesa da vida” e “projeta uma sociedade melhor”.

O crime era investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro e, em fevereiro deste ano, o ministro determinou que a PF abrisse um inquérito sobre o caso. O objetivo era de ampliar a colaboração nas investigações, o que não significou uma federalização da apuração, mas um acordo entre PF e Ministério Público.

O evento desta quinta marca o início da despedida de Dino, que será ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele confirmou que permanecerá no posto até o próximo mês.