Em uma reunião com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o futuro ministro da Corte, Flávio Dino, anunciou que pretende tomar posse em 22 de fevereiro.
A aprovação de Dino aconteceu na última quarta-feira (13) após votação acirrada no Senado, com 47 votos a favor e 31 contra. Ele ocupará a vaga deixada pela aposentadoria da ministra Rosa Weber.
A reunião entre Dino e Barroso, realizada a convite do presidente da Corte, abordou detalhes práticos da posse. Dino expressou seu agradecimento pela “acolhida fraterna” dos membros do Supremo e indicou sua intenção de permanecer no Ministério da Justiça para facilitar uma transição suave.
Ele enfatizou que a decisão final dependerá das orientações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dino, que foi eleito senador em 2022, planeja permanecer no Ministério da Justiça por mais duas ou três semanas antes da posse no STF. A expectativa é que a transição seja conduzida de maneira cuidadosa, considerando a sensibilidade do trabalho desenvolvido no Ministério.
Flávio Dino teve a indicação ao STF aprovada nesta quarta (13). Foto: Pedro França/Agência Senado
“Eu estou muito feliz, é uma mudança muito profunda, como hoje vocês viram. Botar a roupa dos Vingadores no armário é difícil, mas ela está lá, né? Qualquer hora dessas, quem sabe? Eu tenho convicção de que foi um caminho acertado”, afirmou Dino a aliados.
A fala é uma referência a um embate que teve com o senador Marcos do Val (Podemos-ES) durante audiência no Senado em maio deste ano. “Se o senhor é da SWAT, eu sou dos Vingadores”, afirmou na ocasião. A declaração virou meme nas redes sociais.
O ministro reforçou a importância de oferecer várias alternativas para a liderança do Ministério da Justiça, mas afirmou que, até o momento, o presidente Lula não discutiu a sucessão. Ele destacou a necessidade de manter certas prioridades na pasta, como o aprimoramento do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).
Dino, indicado por Lula, atuou como governador do Maranhão por dois mandatos antes de ser eleito senador no ano passado. Sua sabatina no Senado, que durou cerca de 10 horas, foi a segunda mais acirrada desde a Constituição de 1988.