Em conversas com o governo brasileiro, autoridades americanas afirmaram que o país é o ator “adequado” para tentar evitar uma crise maior e que o presidente Lula estaria numa posição privilegiada para promover o diálogo. Segundo o alto escalão do Executivo, os diálogos entre os dois países têm acontecido “de forma constante”.
Para os EUA, o Brasil deveria fazer duas ações simultâneas para evitar o conflito. A primeira seria um alerta claro para Nicolás Maduro, dizendo que não haverá qualquer chance de retirada das sanções internacionais ao seu país e que todas as negociações com a oposição seriam interrompidas.
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, após referendo para anexação de Essequibo. Foto: Reprodução
A segunda forma de evitar o conflito, segundo autoridades americanas, seria mandar um recado para a Guiana e deixar claro que o país conta com a simpatia diplomática, militar e política dos EUA, mas que isso não significa que o governo local deve endurecer seu discurso ou se sentir empoderado.
O governo Biden considera que um conflito militar na América do Sul seria “desastroso” neste momento, quando há tensão com a guerra da Ucrânia e a situação em Gaza. O presidente americano também teme por sua própria situação doméstica, já que a eleição americana vai dominar sua agenda em breve e ele precisará disputar o voto dos latinos no país.
Em discurso na 63ª edição da reunião de chefes de Estado do Mercosul, nesta quinta (7), o presidente Lula afirmou que vê a crise em Essequibo com “crescente preocupação” e defendeu uma ação do bloco para evitar uma guerra. O mandatário ainda disse que o Brasil está disposto a fazer reuniões com os países para tratar sobre o tema.