De acordo com informações coletadas pela PF, as suspeitas de irregularidades extrapolam o caso dos coletes, abrangendo contratos de R$ 17,5 milhões para aquisição de blindados que não foram utilizados na intervenção e permaneceram sob posse do Exército. Os investigadores examinaram contratações que totalizam R$ 1,2 bilhão, buscando correlacionar dados de quebras de sigilo e materiais apreendidos.
A PF apura se houve desvio de finalidade na compra dos blindados,
destinados originalmente a melhorar a segurança no Rio. Além disso,
investiga possíveis práticas similares às descobertas na operação
Perfídia, envolvendo a participação de empresas ligadas a militares da
reserva na intermediação de negócios.
“Um novo inquérito deve ser instaurado sobre o caso. Por um lado, os desdobramentos da apuração devem colocar ainda mais pressão sob a possível candidatura de Braga Netto à Prefeitura do Rio pelo PL”, destaca a reportagem.
O Tribunal de Contas da União (TCU) já analisou as compras da intervenção, apontando que os blindados, objeto de investigação da PF, foram destinados ao Exército e não ao uso cotidiano das polícias do Rio. Embora tenha identificado falhas de planejamento, o TCU não concluiu irregularidades.
A PF também investiga contratos suspeitos realizados nos últimos dias da intervenção em dezembro de 2018, incluindo a compra de coletes e serviços da Verint Systems, responsável pelo software FirstMile, associado à suspeita de monitoramento iilegal de opositores e adversários políticos de Jair Bolsonaro pela Abin.
Em resposta, Braga Netto defendeu a legalidade dos contratos, destacando a aprovação pelo TCU e ressaltando a complexidade da aquisição de materiais específicos de segurança. A nota também enfatizou que Braga Netto não teve envolvimento direto na "decisão final" das contratações.