Em entrevista ao jornal O Globo, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, disse que votará a favor do ministro da Justiça, Flávio Dino, caso ele seja o escolhido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF):
O senhor é presidente de um partido que está na base do governo, mas o senhor diz ser oposição…
Eu já corto aí: não somos base. Partido para ser base tem que se reunir, as lideranças aprovarem e fazer a indicação oficial do partido. E isso não aconteceu. (…)
Se o presidente Lula indicar Flávio Dino ao Supremo, o senhor votaria a favor?
Eu não discuto nomes, é um direito do presidente escolher nomes. Eu gostaria muito que o Lula não indicasse ninguém. Preferia que o Bolsonaro estivesse indicando. Mas, como ele foi eleito, foi a população que deu esse direito a ele. Então, ele tem todo o direito (de indicar o Dino).
Eu votei a favor do (Cristiano) Zanin, porque ele cumpria todos os requisitos, foi muito bem na sabatina. Não tem porque eu não votar a favor de um nome, seja qualquer nome, se ele cumprir o requisito. É um direito do presidente.
Ciro Nogueira e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução
Os parlamentares bolsonaristas têm defendido que o Congresso aumente a pressão sobre o Supremo. O senhor concorda com isso?
Eu defendo que cada instituição fique dentro das suas atribuições. Não resta dúvida que o Supremo legislar por aborto… Já está na nossa Constituição. Legislar por questão de drogas… Já está na Constituição. E o marco temporal, que criou um problema. Então, na saída da ministra Rosa (Weber), que é uma mulher admirável, criou-se muita coisa pessoal dela para colocar a votar, e criou esse problema.
A forma correta não é pressionar o Supremo, mas nós votarmos essas matérias com a opinião de que quem deve legislar é o Congresso. Às vezes, tem uma situação que eu não concordo. “Ah eles legislam porque vocês não votam”. Mas nós não somos obrigado a votar aborto.