Na saída da reunião, Campos Neto dirigiu-se brevemente à imprensa, mas manteve-se discreto quanto aos detalhes das discussões. "Reunião boa, não Roberto?", indagou Haddad ao ministro da Fazenda. "Muito, excelente", respondeu o banqueiro central. A troca de palavras cordiais entre os dois foi breve, e eles se despediram na garagem do Palácio do Planalto.
Haddad foi o porta-voz da reunião junto à imprensa, destacando sua produtividade e cordialidade. "Reunião foi muito boa, muito produtiva, muito cordial. [Lula nos] recebeu bem, a conversa transcorreu muito bem. Eu penso que foi um encontro assim, institucional, de construção de relação, de pactuação em torno de conversas periódicas. Foi excelente", declarou Haddad aos jornalistas.
Um dos primeiros movimentos esperados é a ampliação das conversas entre o Banco Central e ministros do Palácio do Planalto, que até agora se mantiveram distantes. Campos Neto já atua há algum tempo defendendo pautas econômicas e opinando sobre projetos em debate no parlamento. Além disso, ele tem apoiado o ministro da Fazenda e a necessidade de aprovação de medidas para cumprir as metas fiscais do governo.
Com a piora do cenário internacional, com aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, instabilidade nos mercados e incerteza sobre o controle da inflação e o crescimento econômico, gestores consideram fundamental que o presidente da República mantenha um canal de comunicação aberto com o presidente do Banco Central para entender e acompanhar os efeitos dessas mudanças no Brasil.
O encontro, apesar de discreto, promete marcar o início de uma nova fase nas relações entre o governo e o Banco Central, com foco na estabilidade econômica e no fortalecimento das instituições financeiras do país. O comportamento dos governistas e ações futuras indicarão a profundidade dessa nova relação.