O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre as nomeações pendentes para o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) durante uma entrevista nesta segunda-feira (25). Lula destacou que não está com pressa para fazer as indicações e esclareceu que gênero e cor de pele não serão critérios determinantes para suas escolhas.
Durante a entrevista, no Palácio do Itamaraty, onde se encontrou com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, o petista declarou que está ouvindo várias opiniões e recebendo conselhos sobre as indicações pendentes. “No momento que eu tiver que tomar a decisão, vocês podem ficar tranquilos que eu vou anunciar para vocês: ‘Escolhi a pessoa certa para colocar no lugar’. Mas eu não tenho pressa”, disse.
Embora tenha sido questionado sobre a possibilidade de indicar uma mulher para a vaga que ficará disponível com a aposentadoria da ministra Rosa Weber, ele afirmou que não se deixará guiar por tais fatores. “O critério não será mais esse [gênero]. Eu estou muito tranquilo, por isso que eu tô dizendo que eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil”, explicou.
Na sequência, Lula ainda reafirmou os critérios que serão usados para a escolha: “Vou escolher uma pessoa que possa servir o Brasil. Uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira. Uma pessoa que tenha respeito, mas não medo da imprensa. Uma pessoa que vote adequadamente sem ficar votando pela imprensa”, disse.
Por fim, ele também falou das expectativas criadas sobre gênero e raça das escolhas. “Não precisa perguntar essa questão de gênero ou de cor. No momento certo, vocês vão saber quem que eu vou indicar. E eu preciso indicar a pessoa mais correta que eu conhecer e a pessoa que eu tenha mais fé de que vai ser uma grande pessoa na Suprema Corte, que é isso que o Brasil tá precisando”, completou Lula.
Já na PGR, o subprocurador Antonio Carlos Bigonha é o nome favorito da cúpula do PT para assumir a vaga. Bigonha disputa o posto contra o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet. O subprocurador é próximo de dois nomes históricos do partido de Lula: José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, e de José Genoino, ex-presidente do PT, e conta com o apoio de ambos.