Atual comandante do Exército, o general Tomás Paiva assegura que seu antecessor, o também general Marco Antônio Freire Gomes, nunca foi a favor que nenhum golpe de Estado quando Jair Bolsonaro (PL) ainda era presidente da República. As informações são do blog de Andréia Sadi.
Na conversa com a jornalista, Tomás Paiva revelou que soube pela imprensa que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, havia dito em depoimento à policia que testemunhou Bolsonaro e militares falarem sobre um possível golpe de Estado quando o ex-presidente não foi reeleito.
Na época, o comandante do Exército era Marco Antônio Freire Gomes e Paiva defendeu seu antecessor. “E faço questão de sempre dizer isso: o Exército não tem que ser enaltecido por cumprir a lei. É obrigação. Não tem mérito”, afirmou
O que disse Mauro Cid à polícia?
Tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento na CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Em parte do seu depoimento feito à polícia federal, Mauro Cid contou que testemunhou Bolsonaro falar com um grupo de militares sobre a possibilidade de abrir precedente para uma intervenção militar que impedisse a troca de governo.
“O então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria dito a Bolsonaro que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente”, teria dito Mauro Cid, em parte do seu depoimento.
Já uma reportagem do Valor Econômico apurou que general Freire Gomes afirmou para Bolsonaro que o Exército não estava de acordo com as movimentações do ex-presidente. E que, se caso essa intervenção realmente acontecesse, o próprio general o prenderia.