Um levantamento realizado pelo Datafolha revelou que a maioria dos brasileiros acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha conhecimento da venda ilegal de joias que lhe foram presenteadas por autoridades sauditas. Além disso, uma parcela significativa da população acredita que Bolsonaro cometeu um crime relacionado a esse caso. Esses resultados foram publicados neste sábado (16).
Segundo o levantamento, 68% dos entrevistados acreditam que Jair Bolsonaro tinha conhecimento da venda ilegal das joias, enquanto 17% acreditam que ele não sabia e 15% não souberam opinar. Além disso, 52% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente cometeu um crime relacionado a esse caso.
Bolsonaro é alvo de investigações devido ao desvio de joias e outros presentes de alto valor que lhe foram concedidos enquanto estava no cargo de presidente. O foco principal da investigação são quatro conjuntos de joias que foram levados para os Estados Unidos quando ele deixou o país, dois dias antes do término de seu mandato. A Polícia Federal apurou que essas joias foram vendidas no exterior.
O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, alega que o ex-presidente não estava ciente do caso e chegou a recomprar dois relógios após uma manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU). Por outro lado, o tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens da Presidência, negociou uma delação premiada sobre o caso e afirmou à PF que entregou o dinheiro da venda dos relógios nas mãos de Bolsonaro.
A pesquisa Datafolha indica que o caso das joias teve grande repercussão na opinião pública, com 77% dos eleitores tomando conhecimento do episódio. Isso pode influenciar o cenário político, pois é um tema compreensível para a população em geral.
As percepções sobre o caso das joias também refletem clivagens políticas. Petistas são mais propensos a acreditar que Bolsonaro sabia da venda e cometeu um crime, enquanto bolsonaristas tendem a acreditar na inocência do ex-presidente.
Em outra pesquisa recentes do Datafolha, 61% dos eleitores brasileiros avaliam que oficiais das Forças Armadas estiveram envolvidos em irregularidades durante o governo de Bolsonaro (PL). Por outro lado, 25% não acreditam na hipótese de que militares participaram de algum esquema sob a gestão bolsonarista. 14% dizem não saber.