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NOVO BRASIL: A faxina no palanque do 7 de Setembro, por Moisés Mendes

Ficou exposta a diferença básica entre os palanques do ano passado e o palanque deste ano

Publicada em 08/09/23 às 05:52h - 17 visualizações

DCM


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NOVO BRASIL: A faxina no palanque do 7 de Setembro, por Moisés Mendes
 (Foto: Reprodução)

Foi bom ver a ministra Rosa Weber com uma bandeirinha do Brasil na mão, no palanque do 7 de Setembro em Brasília. Foi bem bom ver Janja de vermelho e Lula de azul no Rolls-Royce.

Foi melhor ainda não ver nenhum protagonismo dos militares e ter a certeza de que nunca mais veremos o véio da Havan, Braga Netto e Hamilton Mourão nesse evento.

Ficou exposta a diferença básica entre os palanques do ano passado e o palanque deste ano. Sumiram as figuras que expressavam o que eram os podres poderes, dentro e fora do governo, por envolvimento em crimes investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, sob controle do Supremo.

Sumiram os falcatruas que apareceram nos dois palanques de 2022, o palanque oficial e aquele outro montado na Esplanada para pregar o golpe, e também sumiram os milicianos milionários convidados para a festa de 2021. Desapareceram os civis protegidos por Bolsonaro e os seus fardados protetores dos civis que pagavam bem pela proteção.

No cenário novo, Rosa Weber passou uma mensagem singela. Carreguem bandeirinhas, primeiro essas pequenas, e depois voltem a carregar grandes bandeiras. Peguem de volta a bandeira que eles tentaram associar a golpe, mentira, ódio e bandidagem.

Janja reafirmou que esse é um governo de Lula e do PT, mesmo que com o abalo da saída de Ana Moser e com a ampliação dos espaços cedidos à direita. Janja terá que continuar se esforçando para mostrar que esse é um governo que se pretende de esquerda, e não será assim tão fácil.

E o resto é o que se sabe. Rodrigo Pacheco ao lado de Lula, Arthur Lira providencialmente presente em Alagoas para poder estar ausente de Brasília, e os generais no seu cantinho, mas com direito a foto com o presidente.

A volta à normalidade das aparições públicas, com a presença até do Zé Gotinha, ainda é uma imagem, um evento, um momento, mas precisa ser bem mais do que um retrato com valor simbólico.

A normalidade terá de se manifestar com o fim da impunidade dos investigados que estavam nos palanques com Bolsonaro, começando pelo próprio Bolsonaro.

Livrar-se de fascistas vai além de conseguir tirá-los do palanque do 7 de Setembro. Muda a cena, e a bandeira e as cores vão sendo resgatadas, os tanques fumacentos não aparecem, mas falta ao sistema de Justiça chegar às estruturas impunes do bolsonarismo.

O comando golpista está intacto. Mauro Cid e Anderson Torres podem levar as investigações até esse núcleo, mas não devem ser vistos pelo que não foram e não são. Os dois eram ajudadores.

O 7 de Setembro sem ódio e sem medo, Como disse Lula no discurso na TV, precisa avançar em direção a uma normalidade ainda distante mas possível.

A festa da independência livrou-se das assombrações, mas os brasileiros ainda não se viram livres dos que assombraram o país por quatro anos.




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