Acuado em meio ao avanço das investigações sobre o tráfico de joias do governo brasileiro para serem vendidas nos EUA, Jair Bolsonaro (PL) e aliados se preocupam com uma mudança crucial na estrutura do Estado que acontece no próximo dia 26 de setembro.
A data marca o fim do mandato de Augusto Aras frente à Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele não deve ser reconduzido por Lula ao cargo, assim como a vice-PGR, Lindôra Araújo, que já está afastada por problemas de saúde e foi substituída interinamente por Luiz Augusto Santos Lima.
O parecer questiona a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do ministro Alexandre de Moraes para atuar no caso das joias, que teve origem na primeira instância, em Guarulhos, mas foi anexada pelo ministro à processo que Bolsonaro responde na corte.
Além disso, dois dos principais cotados - os subprocuradores Antonio Carlos Bigonha e Paulo Gonet Branco - estaria, dispostos a reabrir as investigações sobre os desmandos do ex-presidente na pandemia, que causaram a morte de mais de 700 mil pessoas.
Em seu programa nesta terça-feira (5), Lula partiu para cima de Bolsoanro e cobrou uma investigação sobre o "genocídio" desencadeado pelo antecessor.
"Isso tudo foi criado pelo ódio disseminado pelo país pelo 'coisa'. 'O coisa' ainda vai ser julgado por genocídio. Porque não é brincadeira ter morrido 700 mil pessoas. E uma grande parte por falta de cuidado, de orientação do governo, por falta de respeito à medicina e à ciência. Não é Lula que quer. Eu quero que ele tenha direito à presunção da inocência em todos os processos. Mas, não dá para passar sem ter uma investigação correta sobre porque morreu tanta gente no Brasil, porque tanto descaso. E fora as outras coisas que estão aparecendo por ai", disse Lula.