O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) trouxe à tona uma série de considerações incisivas a respeito do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu impacto na política brasileira, em entrevista à TV 247. Genro destacou a atual fragilização da "hegemonia bolsonárica na direita", descrevendo-a como um fruto de acordos políticos que reuniram facetas da direita tradicional e do neoliberalismo dogmático com elementos do fascismo. O resultado, segundo ele, foi um governo autoritário e marcado por violência.
Genro não poupou críticas ao governo Bolsonaro, caracterizando-o como um "governo de crime continuado". Ele aponta o momento crucial como o golpe contra ex-presidente Dilma Rousseff, quando instituições se curvaram diante da postura de Bolsonaro, que exaltou a tortura em seu discurso na Câmara dos Deputados. Genro aponta para uma erosão gradual das instituições democráticas desde então.
“O governo Bolsonaro foi um governo de crime continuado, que começou no momento que as instituições se curvaram diante da postura que ele teve no impeachment da Dilma, exaltando a tortura”, afirmou.
A análise do ex-governador não se limitou ao governo em si, mas estendeu-se à reação da esquerda política. Genro lamentou a falta de uma resposta adequada, observando que a esquerda recuou, permitindo um "governo de crime continuado". Ele argumenta que essa ausência de reação contribuiu para que o governo fosse autorizado a continuar suas ações questionáveis até que fosse, agora, após sair da presidência, "apanhado no detalhe".
Sobre o escândalo da venda das joias da Arábia Saudita, Genro alegou que, embora seja um problema, esta é apenas uma parte da problemática que envolve o governo Bolsonaro. “Essa corrupção é insignificante em relação ao resto que ele fez, mas é o momento de apanhá-lo”, afirmou o ex-governador, falando também em uma "revanche contra o autoritarismo e o fascismo".