Comandado pelo general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que foi alçado ao posto no lugar de Júlio César de Arruda por Lula após os atos golpistas de 8 de Janeiro, o Exército pretende deixar à deriva todos os militares da força citados por Walter Delgatti, o hacker de Araraquara, durante depoimento à CPMI dos Atos Golpistas.
Reportagem de Bela Megale, no jornal O Globo, revela que a ordem na cúpula do Exército é tratar as condutas como individualizadas e deixar que os citados façam a própria defesa.
Além do ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que teria recebido o hacker para conversas técnicas quando esteve à frente da pasta no governo Bolsonaro, Delgatti ainda implicou o general Marco Antônio Freire Gomes, que comandou o Exército entre março e dezembro de 2022.
O Ministério da Defesa formou a Equipe de Fiscalização e Auditoria do Sistema Eletrônico de Votação (EFASEV), chefiado pelo coronel Marcelo Nogueira de Sousa.
Ao depor, Delgatti afirmou que foi ele quem ofereceu aos militares, depois de cinco reuniões no Ministério da Defesa, os dados que constaram no relatório oficial da auditoria.
O relatório do Ministério da Defesa, de 63 páginas, foi apresentado no dia 9 de novembro de 2022. Além do coronel Marcelo de Sousa, o relatório foi assinado pelo coronel aviador Wagner Oliveira da Silva e pelo capitão de fragata Marcus Rogers Cavalcante Andrade, além de ser endossado pelo ministro da Defesa.
Delgatti afirmou ainda que teve interlocução com o coronel Eduardo Gomes da Silva, assessor da Casa Civil que foi posteriormente indicado para comandar a Secretaria Especial de Modernização do Estado (Seme).
O coronel ficou conhecido por ter participado de uma live de Bolsonaro no dia 29 de julho de 2021, em que foi apresentado como “analista de inteligência”. Ele colocou em dúvida a segurança das urnas eletrônicas.