A Polícia Federal (PF) conduziu a apreensão de telefones celulares de dirigentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) após identificar indícios de possível combinação de versões nos depoimentos prestados nesta semana, a fim de proteger o ex-diretor da corporação, Silvinei Vasques.
O objetivo da corporação é verificar nos dispositivos se, de fato, ocorreram diálogos e trocas de mensagens para coordenar as versões e obter detalhes sobre uma reunião que orientou as operações de fiscalização no segundo turno das eleições do ano passado. As informações são fornecidas pelo colunista Aguirre Talento, do UOL.
Os policiais coletaram depoimentos de cerca de 50 dirigentes da PRF da gestão Bolsonaro, que teriam participado de uma reunião para o planejamento das operações de fiscalização na segunda etapa do pleito. Entretanto, muitos deles afirmaram não recordar dos tópicos discutidos na reunião convocada por Silvinei.
Ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Foto: Reprodução
Diante das suspeitas de omissões, os investigadores optaram por apreender os aparelhos celulares desses integrantes da PRF. Caso a investigação forneça elementos indicativos de falsas declarações, eles poderão ser acusados de crimes como falso testemunho ou obstrução da justiça.
Silvinei Vasques foi detido na última quarta-feira (9) sob suspeita de favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. A prisão, ocorrida em Florianópolis (SC), foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 30 de outubro, no dia do segundo turno, a PRF realizou operações de fiscalização que impactaram a circulação de eleitores, sobretudo no Nordeste, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderava nas pesquisas de intenção de voto em relação a Bolsonaro.