Michelle Bolsonaro resolveu se pronunciar na noite desta terça-feira (8) sobre a reportagem do site Metrópoles, repercutida por outros veículos de imprensa, sobre os depósitos fracionados, em dinheiro vivo, feitos em sua conta pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro que está preso por liderar um esquema de falsificação de cartões de vacina.
Segundo documentos recebidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, Cid depositou R$ 60 mil em dinheiro vivo na conta da ex-primeira-dama entre janeiro e dezembro do ano passado.
A ex-primeira-dama se pronunciou sobre o assunto através de nota assinada pela assessoria de imprensa do PL Mulher, ala feminina do partido que ela preside.
"Em
uma outra espécie de 'malabarismo semântico', por meio de uma
explicação solta quase no fim do texto, parecem querer criar,
artificialmente, um cenário que pode induzir o leitor a pensar que os
valores destinados a gastos familiares sejam correlacionados com
práticas de 'atividades suspeitas'. Muito triste!", prossegue a nota do PL mulher.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (Reprodução/PL Mulher
Em nenhum momento
do texto, entretanto, é explicado de maneira clara o porquê exatamente
Cid fazia depósitos constantes na conta da ex-primeira-dama. O
comunicado se limita a dizer que Michelle Bolsonaro "as despesas
pessoais dela e de suas filhas são todas pagas com os proventos do
marido e, portanto, as transferências foram, não só necessárias, mas
compatíveis com esses gastos".
R$ 60 mil em depósitos fracionados, tudo em dinheiro vivo
Documentos recebidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas mostram que o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República, depositou R$ 60 mil em dinheiro vivo na conta da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Segundo comprovantes divulgados pelo portal Metrópoles, os depósitos foram realizados entre janeiro e dezembro do ano passado, todos em dinheiro fracionado.
No total, foram 45 depósitos em quantias inferiores a R$ 6 mil. A estratégia, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), evita o rastreio de atividades financeiras para maquiar supostas lavagens de dinheiro.
A primeira transferência aconteceu no dia 10 de janeiro, no valor de R$ 6 mil. No mesmo mês, Cid depositou R$ 150 e R$ 4,8 mil. Foram ainda detectados seis depósitos de R$ 1 mil, um de R$ 900 e outro de R$ 800, todos em dinheiro.
No mês de março, Cid fez oito depósitos que, somados, chegam a R$ 7 mil. O último depósito na conta de Michelle aconteceu em 11 de dezembro, quando ela recebeu o total de R$ 7 mil, com dois depósitos de R$ 2 mil, um de R$ 1,1 mil e mais um de R$ 1,9 mil.