Já há elementos para apontar o envolvimento direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no plano de golpe encontrado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-capitão, segundo a Polícia Federal (PF). A informação é da coluna Radar, da revista Veja.
Alguns dos inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) estão em fase de conclusão e, diante disso, o ex-chefe do Executivo deverá ser indiciado.
Um dos documentos contidos no aparelho de Mauro Cid é intitulado “Forças Armadas como poder moderador”. Também foi encontrado outro documento, em que é aventada a hipótese de decretação de estado de sítio.
No documento, baseado numa tese em que militares poderiam ser convocados para arbitrar conflitos entre os poderes, consta uma espécie de “passo a passo” do golpe.
Segundo o plano, Bolsonaro deveria encaminhar as supostas “inconstitucionalidades” praticadas pelo Judiciário aos comandantes das Forças Armadas. Dessa maneira, os militares poderiam nomear um “interventor”, que seria capaz de fixar um prazo para o “restabelecimento da ordem constitucional”.
Jair Bolsonaro e Mauro Cid – Foto: Reprodução
O “interventor” também poderia suspender decisões que considerasse inconstitucionais, como a diplomação do presidente Lula (PT) ou até mesmo afastar preventivamente ministros do Supremo. Vale destacar que esse plano não é o mesmo da minuta golpista encontrada com o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.