A defesa do investigado manifestou ao jornal O Globo que ele comparecerá "com certeza" para depor. A ação da Polícia Federal incluiu um mandado de prisão preventiva contra Delgatti, que havia informado às autoridades que Jair Bolsonaro o questionou sobre a possibilidade de invadir as urnas eletrônicas. Segundo o depoimento de Delgatti, esse questionamento ocorreu durante um encontro em agosto de 2022, no Palácio do Alvorada.
Além de Delgatti, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) também é uma figura central na investigação, sendo alvo de mandados de busca e apreensão, enquanto Delgatti foi detido preventivamente. O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos proponentes dos pedidos de convocação, destacou que "Zambelli trouxe o hacker para o interior do golpe com aval de Bolsonaro". >>> Sob o comando de Zambelli e Bolsonaro, Delgatti trabalhou com militares para descredibilizar urnas
Diversos parlamentares, incluindo Duarte Junior (PSB-MA), Jandira Feghali (PcdoB-RJ) e a relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), solicitaram a convocação de Delgatti. A relatora argumentou que o depoimento de Walter Delgatti Netto, também conhecido como o "hacker de Araraquara", poderá lançar luz sobre como Carla Zambelli atuou para questionar a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro nas eleições de 2022, tornando-se fundamental para a investigação da comissão.
Duarte Junior justificou seu pedido ao apontar que um dos focos de
investigação da CPI é entender os possíveis instigadores dos atos
golpistas, que não se limitaram ao evento de 8 de janeiro, mas
resultaram em uma série de ações violentas, culminando na invasão dos
prédios dos Três Poderes da República.