O Tribunal de Contas da União (TCU) vai analisar se o ex-presidente Jair Bolsonaro vai ter que devolver R$ 1,5 milhão aos cofres públicos por reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada em julho do ano passado. O valor é referente aos custos técnicos e dos 47 minutos de espaço na TV. A informação é da coluna de Leonardo Sakamoto no UOL.
O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, pediu uma apuração sobre “o dano ao erário decorrente do abuso de poder político e do uso indevido dos meios de comunicação, especialmente por meio de canal público, por parte do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, no contexto da decisão tomada pelo TSE quanto à inelegibilidade”.
A TV Brasil não tem receita com anúncios de produtos e serviços, mas aceita apoio cultural. Uma transmissão de 47 minutos na emissora custaria R$ 1.466.400,00, segundo tabelas internas usadas nos cálculos do canal.
O valor, somado aos custos da cobertura do evento (R$ 16.266,21) chega num total de R$ 1.482.666,21. O montante não inclui outros custos do evento, como lanche, logística e horas de trabalho de servidores públicos deslocados.
A reunião com embaixadores foi o que gerou a inelegibilidade do ex-presidente. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele cometeu abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação oficiais durante a reunião com embaixadores, quando fez ataques e disseminou fake news contra o sistema eleitoral.