Após Jair Bolsonaro ser declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um movimento do seu partido, PL, chamou atenção. A sigla tenta se aproximar do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e começou a participar da distribuição de cargos na atual gestão. As informações são do Estadão.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, liberou parlamentares da bancada para negociarem com o Planalto, enquanto a ala bolsonarista faz a oposição mais radical ao governo. O movimento já surtiu efeito e o partido tem agora um aliado no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
O presidente Lula indicou o engenheiro Fábio Pessoa da Silva Nunes para a Diretoria de Infraestrutura Rodoviária do DNIT, uma das mais importantes do órgão, que cuida das obras em rodovias pelo país.
Nunes é uma pessoa de confiança do ex-ministro da Infraestrutura e atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele foi diretor de planejamento e projetos especiais do Ministério da Infraestrutura na gestão Bolsonaro. A indicação dele foi aprovada pela Comissão de Infraestrutura do Senado na terça-feira (4), responsável por confirmar as indicações encaminhadas pelo Planalto. Dos 20 senadores presentes, 19 foram favoráveis a Nunes.
Com a nova rodada de cargos no DNIT, o MDB do Senado foi o grupo mais beneficiado. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) emplacou o diretor-geral da autarquia, Fabricio de Oliveira Galvão, funcionário de carreira do órgão. Galvão é ex-superintendente do DNIT em Alagoas e já despachava como substituto na chefia do órgão desde fevereiro. Ele foi aprovado por unanimidade na Comissão de Infraestrutura.
O MDB do Senado ainda conseguiu a diretoria-executiva do DNIT, reservada para Carlos Antonio Rocha de Barros, também servidor de carreira, aprovado no colegiado com apenas um voto contrário.
O senador Confúcio Moura (MDB-RO), presidente da Comissão de Infraestrutura, indicou para a Diretoria de Infraestrutura Ferroviária, o engenheiro civil José Eduardo Guidi, que é ex-diretor do Departamento de Estradas e Rodagem de Rondônia. Ele também só teve um voto contrário no colegiado. Das quatro nomeações desta rodada, só Guidi não pertence ao corpo técnico do DNIT.