Às vésperas do julgamento que pode levar à inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, seus apoiadores não têm se mobilizado contra a possível decisão. Levantamentos feitos pelas empresas de consultoria de dados e mídias sociais Arquimedes e Bites apontam que a militância bolsonarista tem atuado com pouca intensidade contra o julgamento. A informação é da BBC.
Segundo a Arquimedes, entre os dias 25 de maio e 10 de junho, o julgamento do TSE contra Bolsonaro gerou 53,8 mil menções no Twitter, Facebook e Instagram. O grupo de bolsonaristas que tratou sobre o tema defendeu que o ex-presidente não foi condenado por crimes de corrupção.
Outra parte dos militantes bolsonaristas já considera que a inelegibilidade do ex-presidente já é uma realidade e é o resultado de uma suposta conspiração do Judiciário, que envolveria Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Apoiadores de Bolsonaro têm antecipado o pior cenário, apontando alta probabilidade de que o ex-presidente torne-se inelegível – fato atribuído pelo campo de apoio como mera perseguição em narrativas antissistema já conhecidas”, diz o relatório da Arquimedes. Bolsonaristas ainda aponta um “suposto conluio” entre o governo Lula e o Judiciário para prejudicar a direita.
A Bites, por sua vez, avaliou publicações feitas no Twitter entre os dias 5 e 6 de junho. No período, o julgamento de Bolsonaro no TSE teve um pico de 27 mil menções e as principais postagens foram feitas por opositores, que comemoraram a possível inelegibilidade do ex-mandatário.
“Também houve manifestações de bolsonaristas, mas feitas por perfis pouco influentes e de forma pulverizada. A militância virtual do ex-presidente parece ter perdido o fôlego e não conseguiu, até o momento, unificar um discurso efetivo em sua defesa”, diz relatório da Bites.
A empresa também aponta que Bolsonaro teve uma estagnação nas redes e perdeu seguidores no Instagram (-1,48%), Facebook (-0,48%) e no YouTube (-0,77%). No Twitter e no TikTok, no entanto, houve um crescimento de seguidores de 5,28% e 3,85% respectivamente.