A Polícia Federal (PF) vê indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crime de peculato no caso das joias recebidas da ditadura da Arábia Saudita pelo seu governo. O inquérito, entretanto, ainda não foi concluído.
De acordo com informações do Blog da Andréia Sadi, no G1, tanto Bolsonaro quanto o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-chefe da Receita Julio Cesar Vieira Gomes e outras sete pessoas, vão ser ouvidas pela polícia ao mesmo tempo, mas em salas separadas.
Além desse episódio, o inquérito da PF apura também as circunstâncias em que dois outros conjuntos de joias dados de presente a comitivas brasileiras foram parar nas mãos do ex-mandatário quando ele deixou a presidência.
Ainda segundo a colunista, Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Bolsonaro, quer depor por videoconferência. Já o ex-chefe do Executivo, segundo aliados, deve preferir falar pessoalmente.
Vale destacar que os advogados dos envolvidos no escândalo das joias questionam o depoimento em grupo e estudam pedir adiamento de alguns ou que, pelo menos, eles sejam feitos por vídeo.
O governo do ex-presidente tentou entrar no Brasil ilegalmente com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que seriam um presente para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. O conjunto foi apreendido pela Receita Federal com a comitiva do ex-ministro Bento Albuquerque, no aeroporto de Guarulhos (SP).
Outras dois conjuntos de joias entraram no país e foram incorporadas ao acervo pessoal do ex-capitão. Uma delas, que inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, já foi devolvida à Caixa Econômica Federal na última sexta (24). O outro conjunto, que contem um Rolex cravejado de diamantes, está escondido na fazenda de Nelson Piquet, bolsonarista e ex-piloto de Fórmula 1.