O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
se reuniu nesta quarta-feira (1º/3) com a Confederação Sindical de
Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA) em um evento no Palácio
do Planalto. Entre os convidados está o ex-presidente do Uruguai Pepe
Mujica.
No dia 25 de janeiro, Lula esteve em Montevidéu, no Uruguai, onde se reuniu com o presidente Luis Alberto Lacalle Pou e também se encontrou com o amigo e ex-presidente Mujica. Na ocasião, os dois posaram para fotos dentro de um fusca azul de propriedade do uruguaio.
Durante discurso, Pepe Mujica comentou sobre a covid-19, tecnologias de vacinas e defendeu uma união por parte dos países da América Latina para a mudança de regras financeiras. “Nós da América representamos 7% da população mundial, mas vimos morrer 30% das vítimas de covid da nossa população e não houve nenhuma reunião das Américas, nenhuma reunião entre os presidentes que viessem a trabalhar conjuntamente. Temos quatro ou cinco países que fabricam a vacina e não pudemos lutar como um verdadeiro continente em prol da vida de nossos filhos, tampouco conseguimos trabalhar de forma unida e precisamos ter consciência das nossa fraquezas e nunca mais cometer esse erro de não ter coragem de nos unirmos para nos defender, seja com Brasil, Colômbia, Chile, esquerda, direita nos defendermos como América”, pontuou.
“Isso
porque ninguém vai nos dar os nossos direitos, a nossa prosperidade, se
não soubermos lutar por isso conjuntamente. Vemos que o discurso de Joe
Biden mencionou trazer patentes coletivas e depois calou a boca. E a
China tinha conhecimento, Rússia, Europa, EUA e fecharam a boca quando
deviam lutar para multiplicar a produção de vacinas para salvar as
vidas. Essa é uma lição que precisamos aprender, precisamos nos unir
para defender o nosso comércio, as nossas leis para auxiliar os nossos
trabalhadores”, defendeu Mujica.
“Eles acabam impondo as regras deles como se fossem do mundo inteiro, inclusive, regras financeiras e ficamos padecendo. Vemos que daqui a pouco haverá uma grande discussão entre América e Europa e o que vamos levar até eles? Dez, quinze discursos diferentes ou um só com acordo continental sobre o que temos que dizer? E chamar o Brasil para nos representar e termos a coragem. Porque o Brasil é grande e forte, mas não vai ter a força necessária se não nos unirmos todos para modificarmos as regras”, emendou o ex-presidente uruguaio.
Mujica
destacou que “não se trata de ser de esquerda ou direita”. “Se trata de
não seguir sendo bobos, estúpidos porque sabemos que os trabalhadores
perdem parte de seu salários porque existe a grande burguesia e essa
pouca grande burguesia latino americana acaba perdendo também porque
sabemos que para produzir e vender precisamos trabalhar com o menor
preço possível e quando dependemos do sistema financeiro internacional
das regras que eles estabeleceram, vemos que os benefícios vão para
outros lugares do mundo e não chegam até nós. Somente nos unindo é que
começaremos a mudar as regras do jogo”.
Força sindical
Presente no evento da Confederação, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou que o país sofreu desmonte também em relação a movimentos sindicais no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não é segredo o sofrimento do povo brasileiro, da classe trabalhadora, o desmonte que aconteceu no país no governo nos últimos quatro anos de forma a desconstruir não simplesmente as estruturas do movimento sindical, um verdadeiro desastre”, disse, emendando sobre a necessidade de “sindicatos mais fortes” e da retomada de política de valorização permanente do salário mínimo, além do enfrentamento à desigualdade de gênero.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que as empresas de aplicativos “exploram os trabalhadores como jamais foram explorados” e defendeu uma América Latina "mais unificada", além de prometer governar para o povo mais pobre, trabalhador e mais necessitado".