O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, disse que Moscou está analisando as iniciativas de paz propostas pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para encontrar “caminhos políticos para evitar a escalada na Ucrânia” e que a Rússia aprecia o fato de o Brasil não fornecer armas a Kiev, apesar da pressão dos EUA.
As declarações foram dadas em entrevista à TASS, maior agência de notícias do país, fundada em 1904.
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Moscou está estudando as propostas de paz do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para a Ucrânia, mas está levando em conta a evolução da situação “no terreno”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à TASS.
“Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os atores. Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação ‘no terreno'”, afirmou.
Galuzin enfatizou a importância da visão do Brasil, que é parceiro estratégico de Moscou bilateral e globalmente. “Estamos interagindo de forma construtiva no BRICS, G20, ONU e seu Conselho de Segurança, onde esta nação agora é representada como membro não permanente”, acrescentou.
A Rússia aprecia o fato de o Brasil não fornecer armas a Kiev, apesar da pressão dos EUA, ainda segundo o vice-ministro das Relações Exteriores.
“Gostaria de enfatizar que a Rússia valoriza a posição de equilíbrio do Brasil na atual situação internacional, sua rejeição a medidas coercitivas unilaterais tomadas pelos EUA e seus satélites contra nosso país e a recusa de nossos parceiros brasileiros em fornecer armas, equipamentos militares e munição para o regime de Kiev”, disse ele.
“Ao mesmo tempo, podemos ver como Washington está pressionando o Brasil. Essa postura soberana merece respeito”, acrescentou Galuzin.
Mais cedo, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as autoridades do país não tinham intenção de transferir armas e munições a terceiros países para serem usadas no conflito ucraniano.