A mensagem de Lula foi lida pelo deputado Luciano Bivar (União Brasil-PE), primeiro-secretário da Câmara, na abertura dos trabalhos do Congresso.
"O genocídio cometido contra o povo Yanomami exige de nós medidas mais drásticas, além do tratamento médico de urgência, o de combate à desnutrição. É urgente a retirada de 20 mil garimpeiros que atuam de forma ilegal no território indígena, assassinando crianças, destruindo florestas e envenenando rios e peixes com mercúrio", afirmou Lula na mensagem.
O povo Yanomami enfrenta uma crise de saúde pública, com inúmeros casos de malária e grave desnutrição. Recentemente, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou o envio de recursos do Fundo Amazônia para ajudar os indígenas.
Ainda na mensagem ao Congresso, Lula disse ser necessário adotar medidas para que as situações que levaram os indígenas a serem "abandonados pelo governo anterior" não se repitam "nunca mais".
Em uma visita ao local no mês passado, Lula disse ter visto uma
situação "desumana", acrescentando que, se alguém dissesse a ele como o
povo Yanomami está atualmente, ele não acreditaria.
Proteção do meio ambiente
Lula também dedicou parte da mensagem para dizer que quer tornar o Brasil uma "potência ambiental" cujo setor agropecuário e cuja mineração sejam sustentáveis, tendo a indústria "mais verde" e estimulando a chamada bioeconomia.
"Restituímos as políticas de combate ao desmatamento. Reativamos o Fundo Amazônia e revimos a destinação de multas ambientais, porque é urgente retomar uma política responsável em relação à nossa biodiversidade", afirmou o presidente da República.
Defesa da democracia
Lula também mencionou os atos golpistas de 8 de janeiro, afirmando que Câmara e Senado atuaram contra a "tentativa de golpe".
"O Senado Federal e a Câmara dos Deputados se levantaram contra a barbárie cometida pela tentativa de golpe. [...] E deram um claro recado: juntos, os três poderes da República [...] não permitirão que se trilhe no Brasil qualquer caminho que não seja da democracia e o da Constituição", afirmou Lula.
"Da minha parte, reafirmo o compromisso de defender, de fortalecer nossa democracia, respondendo ao terror e à violência com a lei e suas consequências. Reitero minha convicção de que o povo brasileiro rejeita a violência. Ele quer paz para estudar, trabalhar, cuidar da família", declarou o presidente.