Na manhã desta quinta-feira (2), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes, autorizou a Polícia Federal (PF) a recolher, até a próxima terça-feira (7), o depoimento do senador Marcos do Val (Podemos) no inquérito sobre os atos golpistas em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A solicitação da corporação foi feita na manhã de hoje, após o senador informar que recebeu um pedido do ex-deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB) para grampear conversas com Moraes. Uma mensagem, supostamente enviada pelo ex-deputado, continha a sugestão de um plano golpista.
O senador teria sido coagido a fazer parte de um plano, arquitetado por Bolsonaro, para conseguir anular o resultado das eleições e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): grampear conversas com Moraes, com o intuito de captar algo comprometedor que servisse como argumento para prendê-lo. O plano ainda deveria abrir brechas que encurralariam as autoridades.
“Eles me disseram: ‘Nós colocaríamos uma escuta em você e teria uma equipe para dar suporte, e você vai ter uma audiência com Alexandre de Moraes, e você conduz a conversa pra dizer que ele está ultrapassando as linhas da Constituição. E a gente impede o Lula de assumir, e Alexandre será preso'”, informou Marcos, em entrevista à GloboNews.
Segundo a Polícia Federal, o depoimento será extremamente necessário porque o senador divulgou nas redes sociais que possui “informações relevantes” para a investigação de ações golpistas.
Silveira foi preso na manhã de hoje, em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em razão do descumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais.