Os atos criminosos de domingo (8) levados a cabo por radicais na Esplanada dos Ministérios ampliaram o racha no núcleo central de Jair Bolsonaro (PL), segundo relatos de diferentes interlocutores próximos do ex-presidente à CNN.
A cisão vinha se intensificando desde a derrota nas eleições.
O ex-presidente se encontra nos Estados Unidos com os assessores nomeados por ele, que, pela legislação, todo ex-presidente tem direito.
Bolsonaro está ainda com um de seus filhos, o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ).
Essas fontes apontaram à CNN que os assessores mais próximos a Bolsonaro integram uma linha política mais radical e que o estimulam a tomar decisões mais radicais.
Outros
aliados, de uma linha mais moderada, têm aconselhado o ex-presidente a
retornar o quanto antes ao Brasil para liderar a oposição e enfrentar
juridicamente seus processos.
Defesa do ex-presidente
Para tanto, ele já vem ampliando sua banca de advogados.
Flavio Bolsonaro indicou quatro advogados para ajudar o advogado Marcelo Bessa na defesa do ex-presidente nos processos eleitorais e criminais.
Agora sem foro privilegiado –e, portanto, sem direto à defesa pela Advocacia Geral da União (AGU)–, os processos contra Bolsonaro que tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF) podem ser encaminhados para a Justiça comum.
Entre esses processos estão o que resta do possível
vazamento de informações sigilosas de ataques ao TSE, o que ele
relaciona a vacina de Covid-19 à Aids, o controverso inquérito das fake
news e o que trata de possível interferência na Polícia Federal.
Volta ao Brasil
Jair Bolsonaro recebeu alta nesta terça-feira (10) do hospital em que estava internado em Orlando, nos Estados Unidos.
Ele deixou o local no fim da tarde, conforme interlocutores.
Bolsonaro foi internado com “dores abdominais” na segunda-feira (9).
Ele havia sentido um desconforto na noite anterior. Ainda na segunda, o ex-presidente disse à CNN que estava bem e que deveria ter alta nos próximos dias.
O ex-presidente também havia afirmado que pretende antecipar o retorno ao Brasil. “Eu vim [aos Estados Unidos] para ficar até o final do mês [janeiro], mas pretendo antecipar minha volta. Porque, no Brasil, os médicos já sabem do meu problema de obstrução intestinal por causa da facada. Aqui, os médicos não me acompanharam.”