Jair Bolsonaro (PL) não quer voltar ao Brasil. A viagem para
a cidade norte-americana de Orlando, na Flórida (EUA), no final de
dezembro, é parte de um plano de proteção contra uma prisão. A família
(ele, a esposa e uma filha menor) pretende tirar o mais rápido possível a
emissão da cidadania italiana na Embaixada da Itália em Brasília (DF).
De acordo com informações publicadas nesta quinta-feira (5) pela
revista IstoÉ, Bolsonaro entende que, em pouco tempo, o ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ou outro juiz vai
determinar a prisão dele. O ex-ocupante do Planalto é investigado por
envolvimento em um esquema de fake news. A Polícia Federal afirmou que Bolsonaro cometeu crime ao associar a Aids a uma vacina contra Covid-19.
Filhos de Bolsonaro com mandatos, Flávio (senador do PL-RJ), Eduardo
(deputado federal do PL-SP) e Carlos (vereador do PL no município do Rio
de Janeiro) também estão com pedido de cidadania em aberto, mas não
querem deixar o Brasil.
Oficialmente a Embaixada não confirmou o protocolo dos pedidos e
respondeu à revista que não pode fornecer informações sobre esse tipo de
pedido por questões de sigilo.
Durante o seu governo, Bolsonaro foi alvo de mais de 140 pedidos de
impeachment. Foi acusado de crimes relacionados à pandemia e está entre
os pedidos de indiciamento sugeridos pela Comissão Parlamentar de
Inquérito da Covid a autoridades do Judiciário.
O ex-chefe do Executivo federal enfrenta acusações de apologia a
torturas e de participação em um esquema de fake news. Também foi
acusado de estímulos a protestos favoráveis a um golpe, com fechamento
do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
Nos últimos anos, Bolsonaro tentou passar para a população a mensagem
de que o Poder Judiciário atrapalha o governo. Também defendeu a
participação das Forças Armadas na apuração do resultado das eleições.
Em novembro passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o PL em R$ 22,9 milhões após o partido questionar a confiança das urnas eletrônicas.