O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (5/1), que a primeira reunião ministerial do governo, marcada para as 9h30 desta sexta-feira (6/1), no Palácio do Planalto, “só tem horário para começar”.
A declaração foi feita nas redes sociais. Veja a publicação:
Alinhamento de discurso
A primeira reunião ministerial do governo Lula terá entre as finalidades unificar o discurso da nova gestão e alinhar os anúncios ao Palácio do Planalto.
O encontro, que contará com a presença dos 37 ministros, ocorrerá em meio a um desentendimento envolvendo o recém-escalado primeiro escalão do novo governo.
Na quarta (4/1), porém, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez uma declaração no sentido oposto e negou que haja uma proposta sendo “analisada ou pensada” em relação a mudanças nas regras de aposentadorias e pensões. Segundo ele, a reunião da próxima sexta tratará sobre a unificação das ideias.
“O
presidente já marcou a primeira reunião ministerial, para, inclusive,
organizar e reafirmar, e ele acabou de me dizer: ‘qualquer proposta só
será encaminhada, evidente, depois da aprovação do presidente da
República'”, disse Rui Costa. “E, qualquer proposta, ele vai dizer isso
na reunião, passará necessariamente pela Casa Civil antes de sua
análise”, prosseguiu.
Plano de governo em foco
De acordo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, nem o plano de governo de Lula nem o próprio presidente abordaram, em nenhum momento, uma agenda de possível revisão da reforma da Previdência.
“Acho que é mais uma forma de expressão do ministro da Previdência, no sentido de estar avaliando algum item ou outro. Mas repito: acho que foi uma posição pessoal do ministro Lupi e acho que na sexta-feira vamos ter essa resposta na reunião ministerial que teremos”, declarou.
Para
a ministra, é normal que desencontros ocorram em um momento de início
de governo. “Essa reunião ministerial, acho que vai deixar claro o
posicionamento do presidente Lula. O foco é o plano de governo do
presidente Lula. Qualquer outro questionamento isolado, individual de
cada ministro. E assim que começar a andar a administração, todas essas
coisas vão ser acomodadas”, avaliou.
Isenção de combustíveis
A reunião desta sexta também ocorrerá após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o principal chefe da área econômica, ter defendido que a isenção de impostos sobre combustíveis não fosse renovada.
A ala política do governo, porém, foi no sentido contrário. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse defender prorrogação até diagnóstico da política de preços da Petrobras.
“O problema não é a questão do tributo, é a política de preços da Petrobras”, afirmou Gleisi.
Haddad acabou perdendo a disputa. Nesta semana, o governo editou uma medida provisória que prorroga a desoneração dos impostos federais que incidem sobre os combustíveis.