O papa Francisco reafirmou que está disponível para viajar à Rússia e se reunir com o presidente Vladimir Putin, mas desde que haja uma “janelinha” para negociar a paz com a Ucrânia.
A declaração foi dada em entrevista à rede pública suíça RSI por ocasião dos 10 anos de seu pontificado, que serão celebrados no próximo dia 13 de março.
Durante a conversa, Jorge Bergoglio foi questionado sobre o que falaria a Putin caso o encontrasse. “Eu falaria claramente, assim como faço em público. Ele é um homem culto”, respondeu o líder católico.
De acordo com Francisco, ele foi à embaixada russa na Santa Sé no segundo dia da guerra na Ucrânia para dizer que estava disposto a viajar a Moscou, porém desde que “Putin deixasse uma janelinha para negociar”.
“Lavrov [ministro das Relações Exteriores] respondeu dizendo ‘obrigado, mas não é o momento’. Putin sabe que estou à disposição, mas ali existem interesses imperiais, e não apenas do império russo, mas dos impérios das outras partes. É próprio do império colocar as nações em segundo plano”, acrescentou.
O Papa também afirmou que o planeta já vive uma “terceira guerra mundial”, uma vez que “todas as grandes potências estão envolvidas”.
“O campo de batalha é a Ucrânia. Ali, todos lutam. Isso me faz pensar na indústria de armas. Um técnico me dizia: ‘Se não se produzisse armas por um ano, o problema da fome no mundo seria resolvido’. É um mercado”, salientou.
Papa Francisco e o presidente russo, Vladimir Putin, em 2015. (Foto: Reprodução)