O presidente da França, Emmanuel Macron, enviou dois auxiliares próximos ao Brasil para estreitar relações com o governo Luiz Inácio Lula da Silva e comunicar sua vontade de fazer uma visita oficial ao país ainda neste ano.
Um dos temas prioritários no radar dos franceses é dialogar sobre “combate à desinformação” nas redes sociais e identificar estratégias comuns para “regulação da internet”, no momento em que o governo brasileiro prepara uma proposta de regras mais rígidas para a retirada de conteúdos considerados antidemocráticos do ambiente digital.
Aos seus interlocutores, Fouque classificou o governo Jair Bolsonaro como um período de “eclipse” nas relações Brasil-França. Bolsonaro ignorou o ex-ministro francês das Relações Exteriores quando ele veio ao Brasil, em 2019, trocando um encontro pré-agendado por uma ida ao cabeleireiro. Depois, concordou nas redes sociais com um seguidor que debochava da mulher de francês, comparando-a fisicamente com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Nas reuniões em Brasília, Fouque contou que Macron ficou acordado até depois de meia-noite em 30 de outubro, data das eleições presidenciais no Brasil. Ele foi consultado pessoalmente sobre a nota oficial de reconhecimento da vitória de Lula no segundo turno e aprovou os termos da declaração. O receio, em Paris, era de contestação de Bolsonaro ao resultado eleitoral. Na avaliação de Macron, a comunidade internacional precisava ser rápida no reconhecimento.