Em entrevista à emissora chinesa CGTN, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sublinhou a importância da relação estratégica entre Brasil e China, ressaltando o potencial de cooperação em áreas como tecnologia, transição energética e educação. Lula, que já visitou a China em diversas ocasiões e recebeu o presidente Xi Jinping nesta semana, destacou a evolução impressionante do país asiático nas últimas décadas e reforçou a relevância do aprendizado mútuo. “A China é o país mais extraordinário do mundo asiático, e o Brasil é o maior da América Latina. Temos muitas afinidades e queremos construir uma parceria estratégica de longo prazo”, afirmou.
Lula destacou os avanços da China como exemplo para outros países, especialmente em educação e tecnologia. “Cada vez que vou à China, fico impressionado com o avanço sistemático. É uma revolução de conhecimento extraordinária. Eles conseguiram, em pouco tempo, transformar o país de forma extraordinária do ponto de vista tecnológico, industrial e educacional”, declarou. O presidente enfatizou a necessidade de o Brasil aprender com esses progressos e investir em áreas estratégicas. “Eu tenho uma obsessão pela educação. Quero que o filho de um trabalhador ou de uma empregada doméstica tenha direito de ser engenheiro, médico ou filósofo. É assim que construímos um país forte.”
Na entrevista, Lula ressaltou o potencial do Brasil em energia renovável e elogiou a contribuição das empresas chinesas para o desenvolvimento de setores estratégicos. “Os chineses têm dado uma contribuição muito grande para a transição energética do Brasil, participando de licitações, trazendo tecnologia e fomentando investimentos. Isso é extraordinário para o Brasil e para o mundo”, disse.
Ele também comemorou a entrada de uma grande empresa chinesa no setor automotivo brasileiro. “A BYD vai produzir carros elétricos na Bahia e criar milhares de empregos. Isso vai motivar outras indústrias a também investirem em tecnologia e inovação, fortalecendo a competitividade do país.
Lula definiu sua relação com o presidente chinês Xi Jinping como baseada em respeito e admiração. “Admiro profundamente a revolução que ele fez na China. Ele é um exemplo de liderança comprometida com o desenvolvimento e com a redução da pobreza. Nossa parceria é sincera e de confiança mútua, e sabemos que juntos podemos contribuir para o crescimento do Brasil, da China e do mundo.”
O presidente também ressaltou a importância de respeitar a soberania cultural e política de cada nação. “Quem tem que gostar do modelo chinês são os chineses, assim como quem tem que gostar do modelo brasileiro somos nós, brasileiros. Respeitar isso é essencial para construir relações harmoniosas.”
Lula apontou que a consolidação da parceria Brasil-China passa também pela aproximação entre os povos. “Queremos mais chineses estudando português, mais brasileiros aprendendo mandarim e mais intercâmbios culturais e educacionais. Essa integração é fundamental para criar um modelo de cooperação que seja exemplo para o mundo.”
Ao final da entrevista, o presidente reafirmou seu otimismo com a relação sino-brasileira. “A China e o Brasil têm potencial para se ajudar mutuamente e para contribuir com outros países, especialmente na África e na América Latina. Juntos, podemos construir um futuro mais justo e sustentável.”