De acordo com Fabio Veras, diretor de Estudos Internacionais do Ipea, os países que aderem à aliança não só demonstram compromisso com a erradicação da fome, mas também detalham suas contribuições para atingir os objetivos. “Trinta e um países já finalizaram esse processo, já foi aprovado, e 27 estão com os documentos sob revisão da presidência brasileira. Esses serão devolvidos com comentários ou ratificados imediatamente", explicou Veras, em entrevista à conferência do T20, realizada no Rio de Janeiro.
Ainda conforme a reportagem, além desses 58 países que já formalizaram a adesão, outros 50 estão dialogando com a aliança, somando mais de 100 países envolvidos de alguma forma. A Aliança Global Contra a Fome é um dos pilares da presidência brasileira no G20, com o Brasil defendendo políticas de combate à fome e à desigualdade social.
Entre os países que já ratificaram o compromisso, além do Brasil, destacam-se Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Reino Unido, Portugal e a África do Sul. Para Luciana Servo, presidente do Ipea, essa adesão global é uma demonstração da força da diplomacia brasileira e do reconhecimento da importância de tratar de questões sociais, como a pobreza e a fome, para o desenvolvimento sustentável mundial. "Mostra que avançamos muito em uma questão que começou a ser construída há poucos meses. A liderança do Brasil foi fundamental para essa mobilização internacional", destacou.
A Aliança será sediada na FAO, em Roma, na Itália, e o Ipea abrigará um escritório que será responsável pelo compartilhamento de conhecimento entre os países participantes, facilitando o intercâmbio de informações sobre programas de combate à fome.
O movimento reflete uma das principais entregas da presidência brasileira do G20, que conseguiu inserir a luta contra a pobreza e a fome como temas centrais nas discussões internacionais. "O Brasil não apenas trouxe de volta o debate sobre a pobreza e a desigualdade, mas também apresentou uma estratégia de implementação efetiva", concluiu Servo.
A Aliança Global, cujo objetivo é contribuir para a erradicação da fome e da pobreza até 2030, busca apoiar esforços alinhados com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) propostos pela ONU. Além disso, a iniciativa visa reduzir desigualdades e promover parcerias globais que fomentem transições sustentáveis, inclusivas e justas.
A Aliança está aberta a governos, organizações internacionais, bancos de desenvolvimento, fundos e instituições filantrópicas, destacando a necessidade de um esforço conjunto para que seus objetivos sejam alcançados.