Trazendo referências científicas de Richard Lau, David Rediawsk e James Druckman, a analista comportamental Mariana Brito, em seu estudo "Comportamento Eleitoral", trás à colação duas perguntas chaves: "Você já tentou compreender a razão para alguém votar em determinado candidato? Já ficou indignado ou sem entender por que um amigo ou familiar apoia um político? E exclama: "Aposto que sim!".

A última eleição em Teresina colocou na linha de frente duas candidaturas polarizadas e viáveis. Porém, poucos compreenderam o comportamento eleitoral do teresinense. Que surpreendeu no final ao conceder uma vitória brilhante ao então candidato Sílvio Mendes.

Hoje, com o serenar dos ânimos, é possível vaticinar como os(as) eleitores(as) de Teresina se comportaram nas urnas. Que, silenciosamente, sem alarde, decidiram sobre o futuro político-eleitoral da nossa capital.

No calor da campanha eleitoral, quase que ninguém entendia com clareza meridiana a escolha futura. A não ser o próprio candidato Sílvio Mendes, que insistiu com um discurso para atender uma exigência que Mariana Britto chama de "comportamento eleitoral" da cidade.

O estudo de Mariana se encaixa perfeitamente ao que ocorreu em Teresina. Ou seja, a "escolha racional" do(a) eleitor(a) como alguém que não está ligado à crenças ou outros fatores sociais. Na verdade, o(a) cidadão(ã) teresinense que fez um cálculo de custo-benefício de qual candidato(a) seria melhor para governar Teresina.

A analista diz que - no caso emblemático por analogia -, podemos entender também que o(a) eleitor(a) de Teresina votou "...prospectivamente...", ou seja, votou por expectativas futuras sobre o mandato do(a) candidato(a) baseado na pessoa dele Sílvio Mendes.

Por mais difícil e complicado que seja entender o comportamento eleitoral de uma cidade, Teresina parece-me continuar a mesma. Sim, é verdade! Tomando decisão sábia e escolhendo naquele que acredita e confia - exceção à regra ocorreu na eleição de 2020.

Teresina deixou muito claro nas urnas que optou por um fator não alheio ao sentimento popular. Qual seja o da credibilidade sempre depositada em Sílvio Mendes. Além do que a viabilidade eleitoral, que, segundo a analista citada, é "uma forma importante de o(a) eleitor(a) reduzir seu peso na tomada de decisão". O chamado não "correr risco" muito comum no processo político-eleitoral.

Em que pese o insucesso de 2022 para governador, hoje, Sílvio Mendes pode, sem pestanejar, considerar-se um grande vencedor. Como dito pelo ator e campeão de Judô Oleg Taktarov, "ser um vencedor é encontrar forças nas derrotas, significado nas adversidades e sucesso no esforço constante". Públio Siro, escritor que viveu na Roma Antiga, produziu a seguinte pérola: "Quando a vida dá voltas, os vencedores estão sempre a um passo à frente, prontos para a próxima curva".