Pedro Serrano destacou a gravidade dos áudios: "É um indício muito forte de participação do presidente nesse engendramento todo, houve crimes nesses ilícitos do ex-presidente. É um indício forte, óbvio que vai ter que ver o conteúdo geral, como é que coincide com as provas do processo".
O jurista criticou a divulgação dos áudios no atual momento, afirmando que isso pode prejudicar as investigações: "A única coisa que eu tenho a criticar é a divulgação, não acho que era o momento de divulgar, estão divulgando muito, isso é ruim para as investigações. Achei muito grave e inadequado ter divulgado agora, mas o conteúdo é muito pesado".
Sobre as implicações jurídicas para Bolsonaro, Serrano foi direto: "Do ponto de vista jurídico, estritamente técnico, Bolsonaro está numa situação muito difícil".
O áudio divulgado é parte da investigação da Polícia Federal sobre a "Abin paralela" no governo Bolsonaro e foi liberado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Nele, Bolsonaro mencionou conversar com Gustavo Canuto, então presidente do Dataprev, e com o secretário da Receita, José Barroso Tostes Neto, sobre a apuração dos dados fiscais de Flávio. A Receita mobilizou uma equipe para investigar a alegação, mas concluiu pela improcedência das teses. Além disso, o ex-presidente mencionou uma suposta proposta do então governador do Rio, Wilson Witzel, de uma vaga no STF em troca de resolver o caso de Flávio.
A divulgação dos áudios coloca em evidência as tentativas de interferência de Bolsonaro em processos investigativos, agravando sua situação jurídica e política. Assista: