O coach bolsonarista Pablo Marçal deu aquela famosa arregada. Ele, que vinha há dias criticando o governo Lula (PT) e espalhando fake news sobre a tragédia que assola o Rio Grande do Sul, abaixou o tom após um ofício do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, que pede ações contra as postagens.
O documento foi enviado ao ministro da Justiça Ricardo Lewandowski na última terça-feira (7), que ordenou a abertura de um inquérito por parte da Polícia Federal (PF). Além de Marçal, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) também são alvos do inquérito.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o empresário recuando e pedindo para seus seguidores pararem de criticar o governo petista. “Vamos parar de ficar falando do governo. Por que a gente vai ficar dividindo o país e vai ficar parecendo ‘quem quer ser melhor que o outro'”, disse, ao lado do influenciador fitness Renato Cariani, indiciado pela PF por tráfico equiparado, lavagem de dinheiro e associação para tráfico de drogas..
“Eu quero pedir pra vocês que me seguem para pararem de ficar comparando o que a gente está fazendo. A gente já chamou a atenção do governo, já se posicionou e está tudo certo. Vamos parar com esse negócio.”
Fake News
Marçal é apontado pela Secom como propagador de desinformações após alegar que caminhões com doações para vítimas das enchentes estavam sendo retidos pela Secretaria de Fazenda do Rio Grande do Sul (Sefaz-RS) para a cobrança de nota fiscal e ICMS, o que não é verdade.
Não há ações de fiscalização que impeçam o transporte de doações para os municípios atingidos pelas chuvas. As Secretarias da Fazenda do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, o governo gaúcho e a Polícia Rodoviária Federal afirmaram que não há retenção de veículos na Receita.
O bolsonarista, no entanto, havia criticado Pimenta, negado que tenha divulgado notícias falsas e afirmado que vai processar Pimenta e canais de televisão que apontaram ele como propagador de “fake news”.
“Me incomoda [ser chamado de divulgado de fake news] pelos outros que são fracos. Mas para mim não vai mudar nada. É fácil você descer de um lugar, pegar um cachorro e levar o cachorro para Brasília e dizer que fez alguma coisa”, disse Marçal, em referência à primeira-dama Janja, que foi ao Rio Grande do Sul e adotou uma cadela.
“Estamos fazendo um terror para ajudar. Não estamos precisando de ajuda, (o governo) só não pode atrapalhar. Governo tem que abençoar o pobre e não atrapalhar os ricos. Bom governo não atrapalha”.