O presidente dos EUA, Joe Biden, expressou preocupação com o tratamento dado por Benjamin Netanyahu à guerra em Gaza, dizendo que ela “prejudica mais do que ajuda Israel”. As declarações ocorreram durante entrevista à MSNBC no sábado (9).
Netanyahu “tem o direito de defender Israel, o direito de continuar perseguindo o Hamas”, disse Biden, mas acrescentou que é preciso “prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas como consequência das ações tomadas”.
Conversa vazada
Biden, durante uma conversa informal, também afirmou ter avisado Netanyahu sobre um momento de “conversa decisiva” sobre ajuda humanitária a Gaza. O momento foi gravado após o presidente estadunidense terminar seu discurso do Estado da União, na noite de quinta-feira (7).
A conversa, capturada por câmeras, mostra a frustração de Biden com o primeiro-ministro israelense sobre Gaza, uma preocupação especialmente relevante para sua campanha, dada a importância de eleitores jovens e de origem árabe.
“Eu disse a ele, Bibi, não repita isso. Eu disse, Bibi, você e eu vamos ter um momento de ‘conversa decisiva’, afirma Biden, referindo-se a Netanyahu pelo apelido. Nesse momento, um assessor o alerta de que ele está sendo gravado. “Estou com o microfone ligado aqui. Bom. Isso foi bom”, diz.
Porto flutuante em Gaza
Essa semana, o chefe de Estado americano também voltou a reiterar os planos para construir um porto flutuante em Gaza durante seu discurso ao Congresso, buscando mitigar críticas sobre sua postura no conflito.
O porto, a ser construído por engenheiros militares americanos, visa facilitar a entrega de ajuda humanitária aos palestinos sob bombardeios intensos de Israel.
Dois Estados
Biden enfatizou a importância de permitir mais ajuda em Gaza e defendeu uma solução de dois Estados como a única solução a longo prazo.
“Israel deve fazer sua parte e permitir que mais ajuda entre em Gaza. Assistência humanitária não pode ser uma consideração secundária ou algo para se barganhar”, disse o democrata no discurso, e acrescentou que “a única solução a longo prazo é uma solução de dois Estados”, afirmou.