São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca quarta-feira (28) em Georgetown, capital da Guiana. Lá participa como convidado do encerramento da 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom). Em seu discurso, Lula deverá abordar temas comuns da agenda do Brasil com os países caribenhos.
Composta por 15 países, a Caricom tem população de cerca de 19 milhões de pessoas, em área territorial do tamanho do estado de Mato Grosso do Sul. “No seu conjunto, é um agrupamento de países com sua importância. Temos afinidades históricas, étnicas e culturais que nos aproximam da região”, destacou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina do Ministério das Relações Exteriores (MRE), em entrevista na sexta-feira (23), de acordo com a Agência Brasil. “É um grupo particularmente importante quando precisamos de algum apoio, porque é coordenado em organismos internacionais, vota em conjunto em candidaturas e resoluções e representa 7% dos assentos da ONU [Organização das Nações Unidas] e 40% da OEA [Organização dos Estados Americanos]”, acrescentou.
Segundo dados do governo brasileiro, os números do comércio do país com a Caricom saltou de US$ 1 bilhão para US$ 2,6 bilhões nos dois últimos anos.
Guiana
Além de participar do encontro regional, Lula deverá se reunir com o anfitrião, o presidente da Guiana, Irfaan Ali. Apelidada de Dubai sul-americana, a Guiana obteve crescimento enorme na economia, de quase 400%, entre 2021 e 2023, após o país vizinho descobrir grandes jazidas de petróleo e gás. Assim, passou de um Produto Interno Bruto de US$ 8 bilhões para mais de US$ 40 bilhões. Por causa desse boom, o comércio bilateral de Brasil e Guiana saltou 1000% nos últimos três anos, especialmente pela importação de petróleo e derivados, saindo de US$ 70 milhões para US$ 1,3 bilhão.
São Vicente e Granadinas
Da Guiana, na quinta-feira (29), Lula viaja para o pequeno país insular caribenho de São Vicente e Granadinas. Participará, no dia seguinte, na capital Kingstown, da abertura da 8ª cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Apesar de ser um dos países fundadores da Celac, o governo anterior do Brasil deixou a comunidade, composta por 33 países. A reintegração ao bloco foi uma das primeiras medidas de política externa do presidente Lula no início de 2023, ao assumir o terceiro mandato.
“Essa reunião ocorre em um contexto de revitalização da Celac, que após a saída do Brasil ficou paralisada por um tempo”, afirmou a ministra Daniela Benjamin, diretora de Integração Regional do MRE. “Teremos nessa cúpula a oportunidade de fazer uma avaliação sobre os progressos que estão sendo alcançados e saber como será ampliada a cooperação daqui para a frente”, observou. O Palácio do Itamaraty informou que Lula deverá ter reuniões bilaterais com outros chefes de governo, como a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley.