Especialistas do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos (ACNUDH) pediram uma investigações independente sobre as “graves violações dos direitos humanos” promovidas por israelenses contra palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Segundo o grupo, há “alegações confiáveis” de crimes nas regiões, incluindo violência sexual.
Sete autoridades nomeadas pelo escritório de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) são responsáveis pelo pedido de investigação: Reem Alsalem, Francesca Albanese, Dorothy Estrada Tanck, Claudia Flores, Ivana Krstić, Haina Lu e Laura Nyirinkindi. Elas não representam a entidade.
O documento cita relatos de mulheres e meninas que foram “executadas arbitrariamente em Gaza, às vezes com membros de suas famílias, incluindo seus filhos” e palestinos que contam terem presenciado “ataques deliberados e assassinatos extrajudiciais de mulheres e crianças em locais onde procuraram refúgio ou enquanto fugiam”.
Segundo as especialistas, há uma “séria preocupação” com a “detenção arbitrária de centenas” de mulheres palestinas, defensores de direitos humanos, jornalistas e trabalhadoras humanitárias. “Em pelo menos uma ocasião, mulheres palestinas detidas em Gaza foram alegadamente mantidas numa jaula à chuva e ao frio, sem comida”, apontam.
A ativista palestina Ahed Tamimi (22) foi presa por Israel. Foto: Ammar Awad/Reuters
O pedido de investigação também relata que mulheres detidas foram submetidas a “tratamento desumano e degradante”, com agressões sexuais, incluindo o estupro de duas palestinas. Os especialistas afirmam que algumas vítimas foram fotografadas por militares de Israel e tiveram suas imagens expostas na internet.
“Há relatos preocupantes de pelo menos uma criança do sexo feminino transferida à força pelo Exército israelense para Israel e de crianças separadas de seus pais, cujo paradeiro permanece desconhecido”, prossegue o documento.
As autoridades dizem que Israel deve ser alvo de “investigação independente, imparcial, rápida, completa e eficaz”. O governo israelense chama as alegações de “desprezíveis e sem fundamento”.