Gilmar Mendes estaria pressionando a Receita Federal contra servidores do órgão que atuaram de forma ilegal para a Lava Jato.
Tal movimentação do decano da Corte foi observada após ele ter convidado, há poucos dias atrás, o secretário da Receita Federal Robinson Barreirinhas para uma conversa em seu gabinete.
Na ocasião, Mendes teria pedido esclarecimentos sobre que medidas haviam sido tomadas pelo Fisco contra dois personagens: Roberto Leonel, auditor aposentado que atuava como o braço da instituição na Lava-Jato, e Marco Aurélio Canal, preso há quatro anos por suspeitas de cobrar propina de investigados da operação e apontado por Mendes como artífice de um esquema de que foi alvo, em 2019.
A solicitação de Mendes ocorre no momento em que as mais robustas provas de pagamento de propina – os sistemas informatizados da Odebrecht armazenados no exterior – foram anuladas pelo ministro Dias Toffoli e dias antes de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter rejeitado o recurso do ex-procurador Deltan Dallagnol, que tentou reverter a cassação de seu mandato de deputado federal.